“On/ Off” é um projecto sobre as presentes ligações humanas, e “não humanas”. Uma metáfora à organização das nossas cidades, ligações e conexões criadas pelo uso da tecnologia. Refere-se ainda ao escrúpulo de não querer estar off, uma obsessão do século XXI. A interconexão é o paradigma actual, duma era que se caracteriza pela abundância e rapidez na transmissão de informação, possível com a existência da Web e das novas tecnologias de informação.
Relativamente às nossas relações "tradicionais", não tecnológicas, existe a suspeita de que nos sentiremos cada vez mais off. Estaremos a ser corrompidos pelas ligações “não humanas”, sustentadas pela técnica, evitando cada vez mais as relações interpessoais, mediadas por padrões clássicos, — os que se conheciam anteriores às tecnologias — ou, de outra forma, as “novas” ligações em rede, entre seres humanos, ampliam e fortalecem as suas antecessoras?
Relativamente às nossas relações "tradicionais", não tecnológicas, existe a suspeita de que nos sentiremos cada vez mais off. Estaremos a ser corrompidos pelas ligações “não humanas”, sustentadas pela técnica, evitando cada vez mais as relações interpessoais, mediadas por padrões clássicos, — os que se conheciam anteriores às tecnologias — ou, de outra forma, as “novas” ligações em rede, entre seres humanos, ampliam e fortalecem as suas antecessoras?
Os avanços da electrónica ou ainda outros ganhos tecnológicos, inseriram-nos no auge da velocidade para que tocássemos a era do nanossegundo, com uma sensibilidade restaurada pela nova dependência das tecnologias. Vivemos impregnados na ilusão de que “(...)já fazemos parte da materialidade da comunicação e como é sua qualidade ser veloz, assim nós somos nesse transporte; estamos, simultaneamente, do lado de cá e de lá, nunca fomos tão outro e o mesmo, a emitir e a receber”. (Ribeiro, 2005)
Andamos sobre tecnologia, existimos com ela, dependemos dela, está em todo o lado e é a promissora nas nossas vidas.
Se a história da humanidade impulsionou a ideia de que permaneceríamos conectados aos nossos semelhantes, através da família, ou da religião, presentemente, esta sensação parece transferir-se para a rede das telecomunicações. Uma nova sensibilidade, adaptada à dimensão do mundo interconectado, imputa-nos um estado fundamentalmente on-line. As ligações eléctricas, electrónicas e informáticas são, por excelência, edificadoras das sociedades contemporâneas, sustentando o funcionamento do mundo, transformado-o num enrodilho de fios, conectores de componentes, concretas ou virtuais, permitindo ao ser humano a percepção de estar permanentemente “ligado”.
“ON/OFF”, recorda-nos assim o quanto estamos seres tecnológicos e como as nossas ligações dependem da tecnologia, mediadora dos nossos on-line e off-line.
