Monday, December 07, 2015

Tuesday, November 24, 2015

(au fond du) GOUFFRE







Plonger au fond du gouffre, Enfer ou Ciel, qu'importe?
Au fond de l'Inconnu pour trouver du nouveau!

Baudelaire

Thursday, November 19, 2015

NÚPCIAS


















Sunday, October 18, 2015

(about) EXORCISM

"We should not be moral but we are, and all kinds of emotions that are very, very unwelcome creep in, and we have to deal with them. One of these emotions, which is completely useless and creeps in all the time is guilt. We should live in a society where guilt does not exist, right? But it does exist. So whenever guilt comes in we want to get rid of it because guilt is extremely painful and we are not here to experience pain. We deal with it because we cannot do anything else, but it´s not wanted.

Exorcism is necessary when the guilt has come in and you want to forget about it. You want to forget about certain experiences because they are forbidden. Sculpture needs so much physical involvement that you can rid yourself of demons through your sculpting."


Louise Bourgeois 1994




Kátia Sá, 1999



Monday, October 05, 2015

(da) CASA






Imaginário do corpo no avesso das imagens


De quem é aquele corpo? É de quem o habitar.

É um abrigo em construção.
Quando é que um corpo se torna casa do corpo?
Desde sempre, em pequenos gestos, a construção começa, a memória grava, emoldura, faz parede com mais ou menos janelas.
Todo o corpo é uma casa de cantos e recantos, lugares de sombra e passagens de luz a horas diferentes. O corpo move-se na sua casa, como em nenhuma outra, visita-se e re-visita-se, torce o pescoço para olhar em volta, perde-se e reencontra-se e recita-se como um poema aprendido.
Pode um corpo sair de casa, da sua? Pode um corpo ter várias casas?
Sair de uma para outra; sair de uma para nenhuma ainda?
Uma casa está sempre a tronar-se demasiado nossa, ou nós demasiado em casa. Um corpo demasiado bem instalado na suas paredes corre o risco de ter terminado a construção da sua casa, de estar prestes a ser feliz. É preciso sair. Mas digamos que não é bom não ter tido uma primeira casa bem sólida onde começar a sentir-se em casa e bem aconchegado, até ao momento sufocante do demasiado protegido, demasiado codificado com a decoração escolhida, por muito minimal que ela seja. Para nenhum lado se vai se não se vier de lado algum. E as casas que habitámos, as que nos habitaram, nunca nos abandonam totalmente, transformam-se na massa de construção de outras, as vindouras. E crescer, num certo sentido, é ir ficando cada vez mais pequeno, mais nu por baixo da roupa, dar cabo de todas as paredes acabadas para voltar a ser um grande desabrigado.
É preciso arriscar tudo. Estilhaçar o espelho.
No trabalho de criação, é preciso ser capaz de arrancar-se à pressão desse "ser que sou eu" e que se transporta ao outro lado do espelho exigindo coerência formal, a confirmação de uma identidade. Em criação, o que é preciso fazer à imagem do espelho é entrar nela em "si", arrancado a "si" sem si próprio.
Esvaziar-se de "si" e olhar-se apenas como uma carcaça que oferece miriades de possibilidades de abordagem. Aproveitar essa possibilidade única de entrar nos resíduos de mim sem mim, entrar nessa casa como se entra num armazém. E tudo o que se encontra dentro do armazém tem que ser arrancado à sua vida pessoal, colocado na palma da mão como se um objeto a fundo perdido se tratasse.
O tempo de vida do objeto criado é a sua parte inominável. Aquilo de que fala o avesso das imagens.

Paula Caspão, "Os Dois Lados do Espelho" in  Aicnêtsixexistência, Real, 2001.





Wednesday, September 09, 2015

AMPLIA(tivo)



* de AMPLIA 2014

Saturday, August 22, 2015

(para) DENTRO




Wednesday, July 29, 2015

(personas) CURVAS





LAS PERSONAS CURVAS

Mi madre decía: a mí me gustan las personas rectas
A mí me gustan las personas curvas, las ideas curvas,
los caminos curvos,
porque el mundo es curvo
y la tierra es curva
y el movimiento es curvo;
y me gustan las curvas
y los pechos curvos
y los culos curvos,
los sentimientos curvos;
la ebriedad: es curva;
las palabras curvas:
el amor es curvo;
¡el vientre es curvo!;
lo diverso es curvo.




A mí me gustan los mundos curvos;
el mar es curvo,
la risa es curva,
la alegría es curva,
el dolor es curvo;
las uvas: curvas;
las naranjas: curvas;
los labios: curvos;
y los sueños; curvos;
los paraísos, curvos
(no hay otros paraísos);
a mí me gusta la anarquía curva.




El día es curvo
y la noche es curva;
¡la aventura es curva!
Y no me gustan las personas rectas,
el mundo recto,
las ideas rectas;
a mí me gustan las manos curvas,
los poemas curvos,
las horas curvas:
¡contemplar es curvo!;
(en las que puedes contemplar las curvas y conocer la tierra);
los instrumentos curvos,
no los cuchillos, no las leyes:
no me gustan las leyes porque son rectas, no me gustan las cosas rectas;
los suspiros: curvos;
los besos: curvos;
las caricias: curvas.
Y la paciencia es curva.
El pan es curvo
y la metralla recta.
No me gustan las cosas rectas
ni la línea recta:
se pierden
todas las líneas rectas;
no me gusta la muerte porque es recta,
es la cosa más recta, lo escondido
detrás de las cosas rectas;
ni los maestros rectos
ni las maestras rectas:
a mí me gustan los maestros curvos,

las maestras curvas.
No los dioses rectos:
¡libérennos los dioses curvos de los dioses rectos! El baño es curvo,
la verdad es curva,
yo no resisto las verdades rectas.



Vivir es curvo,
la poesía es curva,
el corazón es curvo.
A mí me gustan las personas curvas
y huyo, es la peste, de las personas rectas.




Jesús Lizano

Friday, July 24, 2015

(na) URBE